Alguma vez você já deve ter ouvido a seguinte frase: “ SE VOCÊ ACHA QUE EDUCAÇÃO É CARA, EXPERIMENTE VER O CUSTO DA IGNORANCIA” dita por Derek Bok – Ex-reitor de Harvard.
É lamentável, mas muitas organizações ainda preferem pagar pela ignorância.
Concordo plenamente que treinar custa caro, e será perda de dinheiro enquanto não existir na organização uma cultura orientada para treinamento.
Como palestrante e treinador existem coisas que me assustam neste mercado e uma delas são: empresas que contratam o treinamento na esperança que o milagre aconteça do dia para noite.
No meu livro: Uma Dose de Excelência Humana, trago uma reflexão sobre a importância do treinamento nas organizações.
Vamos supor que o técnico Bernardinho da seleção brasileira de vôlei, convidasse você para treinar por um período de oito horas em um único dia, jogando em quadra oficial junto com as feras da seleção mundial, onde a sua missão seria encarar um jogo contra a seleção da França seis meses depois, você teria competência para integrar na seleção?
Sejamos otimistas, porem realistas, a resposta é NÃO.
É impossível participar de um único treino e achar que tem competência suficiente para brilhar nas quadras, assim também será a empresa que contratar um único treinamento durante o ano na esperança de ter resultados em curto prazo.
É preciso que aja constância nos programas de educação corporativa, e para isso se faz necessário aderir a cultura de treinamento.
Toda a organização quer gente pronta, mas neste caso entramos no “efeito cascata” onde se nenhuma empresa fizer questão de treinar seus colaboradores, todas as demais pagarão o preço alto pelo simples fato de nunca ter valorizado os treinamentos.
Eu sou um apaixonado pelo olhar humano dentro das organizações e inclusive vejo a estrutura de uma empresa como o governo de uma sociedade da qual ela é responsável. Imagino que todo bom pai zela pela educação de seus filhos, assim como toda boa organização poderá zelar pela educação dos seus colaboradores. Se cada empresa tiver o compromisso com a educação sem dúvidas estará contribuindo para um mundo melhor.
Nos últimos anos sofremos com o caos na educação, onde segundo o site da exame crianças e jovens já apresentam uma defasagem educacional por conta da pandemia.
Você consegue imaginar as consequências disso no futuro?
Ao “brifar” os meus trabalhos, percebo nos gestores e lideres uma desilusão em relação a contratação de jovens, inclusive os da geração Z. Muitos falam que estamos diante de uma geração perdida e muito difícil de engajar.
Mas você já parou para pensar que todo o jovem é o futuro das empresas?
Acredito que um dos grandes diferenciais das organizações nos anos vindouros será o investimento em educação corporativa.
Lembrando que com a defasagem educacional quem pagará o preço por isso serão empresas que continuarem desacreditando no jovem e não olharem para a educação como forma de contribuir com a sociedade. Se nada for feito, continuaremos com a nova geração desistindo da vaga dias após sua contratação.
Converso com diversos gestores de RH e muitos deles reclamam sobre o desgaste com a juventude, e como especialista em gestão de pessoas procuro faze-los pensar que medidas drásticas nunca resolverão problemas. Atualmente tenho o programa ENCANTAMENTE CLASS um treinamento trazendo propostas de diferenciação a partir da valorização do ser humano e que certamente irá ajudar gestores e líderes a traçarem rotas mais assertivas.
A minha dica sempre será:
Não desista facilmente das pessoas, faça alguma coisa!
Se você quer adotar a cultura de treinamento na sua empresa sugiro comece a partir dos seguintes tópicos:
Não adianta sair contratando treinamentos a torto e a direita, é preciso planejamento.
Não basta que o termo capacitação envolva apenas o departamento de Gestão de pessoas, os problemas acontecem de forma recorrente nos mais variados setores. A minha sugestão é: Convide as lideranças da empresa e faça um levantamento das necessidades de treinamentos, a partir daí elabore um cronograma trimestral de capacitações.
Com frequência deparo com empresas que evitam treinar seus colaboradores, pois dizem que investem muito dinheiro em treinamento e estes não levam muito tempo para migrarem para a empresa concorrente.
Conversando com uma gerente de recursos humanos que por sinal investe muito em treinamentos, perguntei se ao treinar um colaborador e o mesmo pedir demissão ela sentia que o investimento havia sido em vão. A resposta foi não… Pelo contrário, disse a ela, não estou preparando o talento para a minha empresa e sim para a sociedade, sei do reconhecimento que a minha organização vai ter pelo simples fato de capacitar e o melhor de tudo é ter o respeito do concorrente que garante trabalho para as pessoas que passaram pela nossa empresa admitindo que os melhores estão aqui.
Pensando bem, treinar para a sociedade faz parte da diferenciação.
Rodrigo Lisboa
Palestrante