A Cultura organizacional não é algo tangível que você consegue tocar, mas poderá sentir e julgar a partir do entusiasmo das pessoas que pertencem a empresa.
Participando da missão técnica sobre varejo em Nova York-EUA, tive a oportunidade de conhecer os bastidores da Ralph Lauren luxo, no qual fomos recepcionados pelo funcionário de número 52 daquela organização. Era perceptivo a presença da marca no olhar, no falar e na postura daquele homem, inclusive sua vestimenta era impecável e nitidamente condizente com todo o luxo e glamour daquele estabelecimento.
Confesso que fiquei anestesiado olhando tantos produtos de alto valor agregado, mas tudo aquilo se transformou num show quando o número 52 falava com tanta paixão que até o seu jeito de respirar era diferente. Durante aquela visita ele contou todos os detalhes sobre a histórias da marca, os valores e rituais exclusivos da Ralph Lauren, o que nos fez sentir a alma daquele lugar.
Mas o que essa empresa tem de tão especial a ponto de ter colaboradores fora da curva?
Muitos dos meus clientes me abordam reclamando que pagam bons salários, dão alimentação, pagam bonificações extras, oferecem os melhores planos de saúde, e mesmo assim as pessoas vão embora.
Mas por que as pessoas vão embora?
FALTA UM OLHAR MAIS CUIDADOSO PARA A ALMA DA EMPRESA.
O resultado de lidar com a cultura de forma estratégica permite a conexão do colaborador com os princípios, história, rituais e valores, que a partir daí provoca sentimentos de pertencimento diante de um negócio onde os seus propósitos pessoais estão condizentes com a cultura da empresa.
Ter bons produtos e serviços não significa absolutamente nada, tendo em vista que o seu concorrente também tem qualidade.
Você só consegue ser diferente quando desenvolve pessoas na medida certa.
Nunca nenhuma empresa solicitou um treinamento com o foco no desenvolvimento da cultura, mas em contrapartida querem programas capazes de transformarem pessoas em super vendedores e atendentes num curtíssimo espaço de tempo.
Mas calma… Trabalhar a alma de uma empresa não é da noite para o dia, é por isso que abrir a caixa da cultura organizacional é essencial
Muitos negócios apostam na escolha dos seus líderes baseando em tempos de casa, ou apenas por assumir seus papeis com responsabilidade.
Acontece que isso não é o suficiente, pois é necessário que o desenvolvimento do líder seja constante, principalmente no quesito atitudes e comportamento.
Eles não devem ser capacitados para chamar a atenção, mandar embora e causar medo nos liderados, mas sim para ganhar a confiança das pessoas. O líder pode se considerar extraordinário quando conseguir inspirar evitando a saída de pessoas da equipe e consequentemente ajudando com as baixas estatísticas de turnover da empresa.
Pensando bem, se quisermos líderes que ajudem cuidar da alma da empresa precisamos considerar quatro princípios fundamentais conforme descritos abaixo:
A palavra conversão tem a ver com mudança de direção e transformação sendo bastante usual nos meios religiosos. No mundo corporativo também é possível converter fazendo as pessoas acreditarem nos princípios e valores da empresa.
Talvez possa achar um exagero o que vou dizer, mas é bastante comum ver empresas recrutando estagiários exigindo experiência de meses ou até anos, e a justificativa para isso é sempre a mesma: Não temos tempo para formar pessoas! Infelizmente essas empresas correm num círculo vicioso de agir com a mesma lógica de ontem e acabam perdendo a chance de formar novos talentos.
No meu último artigo, cultura de treinamento, o olhar para o desenvolvimento da sociedade, escrevi sobre o caos na educação e nas gerações, onde tudo o que precisamos é ter lideres capacitados para a formação de jovens, ou seja, seria mais fácil converter pessoas sem os vícios de outras culturas do que profissionais que já trabalharam anos em organizações concorrentes.
Em 2016 tive a honra de assistir a palestra do General Colin Powell em Nova York, onde disse palavras que jamais vou esquecer:
Invista nas crianças, porque eles serão os seus funcionários e clientes no futuro.
Uma coisa aprendi na minha trajetória profissional, é que tudo gira em torno de uma boa história.
Quando quero chamar a atenção dos meus alunos durante as aulas, basta contar histórias, parábolas ou metáforas que imediatamente consigo maior nível de atenção.
Toda a empresa tem uma história, ainda que muitas subestimam a sua existência e as deixam de lado. Obviamente se gestores e líderes soubessem o poder que tem a história para o engajamento das pessoas com a cultura organizacional, somariam mais tempo e dedicação para a causa.
Sugiro que os líderes se transformem em arqueólogos escavando a história da empresa e trabalhem incansavelmente evangelizando seus liderados.
O líder evangelista é aquele que não só acredita na cultura, mas ajuda na evangelização para a multiplicação de outros líderes, ele não se preocupa se existirão outros líderes melhores do que ele mesmo, a sua luta sempre será constante para multiplicar líderes extraordinários.
Infelizmente o que mais me deparo dentro das organizações são situações onde ao invés dos líderes de departamentos conversarem entre si vislumbrando a unicidade para servirem a mesma missão, acabam caindo na armadilha do conflito de egos querendo ser maior do que o outro. E por falar nisso tenho o programa HUMANAMENTE, no qual trago através de um método único exclusivo 6 habilidades para desenvolver lideranças humanizadas.
Primeiramente é preciso parar com a tentativa de fazer “shows de pirotecnia” para encantar, enquanto tudo o que você precisa é, fazer os seus liderados sentirem o que você já sente.
Mas se você é o tipo do líder que passa 80% do tempo “dentro de um escritório”, é bem provável que terá dificuldades de infundir a paixão em alguém.
Liderar se torna simples quando:
Pensando bem, quando você dá significado para as tarefas que você demanda, tudo se torna mais fácil.
Reflita e repasse para os liderados a seguinte mensagem:
NÃO TRABALHE NA EMPRESA QUE TE PAGA MELHOR, TRABALHE NA EMPRESA QUE VOCÊ SE SINTA MELHOR.
Rodrigo Lisboa
Palestrante